grupo de empreendedores
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regra47-Nunca subestime os concorrentes; observe e aprenda
Use a concorrência como um estímulo para inovar. Sempre há algo que pode ser aprendido.
Anos atrás, quando iniciei uma empresa de locação de betoneiras, enfrentei muitos desafios comuns a quem está começando um negócio. Uma das maiores dúvidas que eu tinha era sobre como elaborar um contrato de locação que fosse claro e seguro, tanto para mim quanto para os clientes. Não sabia como estruturar cláusulas que protegessem meu equipamento, estabelecessem prazos de devolução e evitassem dores de cabeça futuras.
Naquela época, ainda sem muita experiência, decidi aprender com quem já estava no mercado: meus concorrentes. Fiz uma visita a uma empresa de locação de ferramentas bem estabelecida na região. Fui como se fosse um cliente comum, interessado em alugar algumas ferramentas, e perguntei sobre os processos de aluguel.
Foi assim que consegui informações valiosas. Além de me mostrarem os preços de aluguel de várias ferramentas, eles me entregaram um contrato padrão que usavam com os clientes. O documento era incrivelmente detalhado e explicava tudo: o que podia ou não ser feito com os equipamentos, prazos de devolução, multas por atrasos, garantias e condições de uso.
Aquele contrato foi um divisor de águas para mim. Eu troquei as informações necessárias — como endereço, CNPJ e nome da empresa — e, basicamente, adaptei aquele modelo para o meu negócio. Ele já estava completo e continha respostas para problemas que poderiam surgir no dia a dia, algo que talvez eu demorasse meses para desenvolver sozinho.
Além disso, saber os preços praticados pelo concorrente me deu uma base sólida para definir os meus. Consegui alinhar meu modelo de negócios com o mercado, oferecendo valores competitivos, e economizei tempo valioso ao seguir uma rota já mapeada.
Foi nessa experiência que entendi o valor de observar e aprender com a concorrência. Eles já tinham passado por muitos dos desafios que eu ainda enfrentaria, e estudar como eles resolviam problemas me deu um atalho. Aprendi que, ao invés de reinventar a roda, é muito mais eficiente aproveitar o que já existe como referência e ajustar ao meu contexto. Isso não só me ajudou a estruturar meu negócio, como também me mostrou que às vezes a melhor maneira de avançar é com os olhos bem abertos para quem já está no mercado.