grupo de empreendedores

pagina 61

regra59-Mantenha suas finanças pessoais e empresariais separadas

Misturar dinheiro pessoal e do negócio confunde o planejamento e pode levar à falência.

No começo, quando minha empresa ainda estava dando os primeiros passos, eu tinha o hábito de usar o lucro direto da empresa para pagar minhas contas pessoais. Parecia algo natural, já que o negócio era pequeno e eu ainda não me pagava um “salário”. Entretanto, com o tempo, percebi que essa prática estava limitando muito o crescimento da empresa.

Lembro de uma ocasião específica em que precisava investir em um equipamento essencial para ampliar a operação. O custo era alto, e quando olhei as finanças da empresa, percebi que o dinheiro disponível não era suficiente, mesmo após alguns meses lucrando. Comecei a refletir e percebi que grande parte desse dinheiro havia sido usado para pagar despesas pessoais como aluguel, supermercado e contas do dia a dia.

Naquele momento, ficou claro que minha abordagem estava errada. Usar o lucro da empresa dessa forma impedia que ela acumulasse o capital necessário para reinvestir e crescer. Eu estava "matando" as chances de expansão a médio e longo prazo. Era como se a empresa estivesse me sustentando, mas sem sustentar a si mesma.

Decidi mudar completamente minha abordagem. Separei minha vida pessoal da vida da empresa. Passei a definir um “pró-labore” fixo para mim, ou seja, um salário que eu retirava mensalmente, independentemente do quanto o negócio lucrasse. Esse valor era bem planejado para que eu conseguisse cobrir minhas necessidades pessoais, sem afetar o fluxo de caixa da empresa.

No começo, foi desafiador, porque eu tive que cortar custos pessoais e ajustar meu estilo de vida. Mas rapidamente percebi os benefícios. A empresa começou a acumular capital e, com isso, foi possível investir em ferramentas, contratação de pessoas e melhorias nos processos. O que antes parecia uma limitação agora era uma oportunidade de crescimento.

Essa mudança não foi apenas financeira, mas também de mentalidade. Percebi que o lucro não é "dinheiro solto" para gastar, mas um recurso estratégico que deve ser reinvestido para sustentar e ampliar o negócio. Aprendi que a empresa precisa crescer para, só depois, aumentar o retorno que proporciona a quem a administra.

Desde então, adotei como regra clara: a saúde financeira da empresa vem antes das minhas necessidades pessoais. Separar as contas foi o que me permitiu transformar um negócio pequeno em algo realmente sustentável e próspero.